Escrita de notícias com base em fábulas
Ao relacionar diferentes gêneros, a garotada conseguiu aprimorar a escrita
Ariane Alves (ariane.alves@fvc.org.br). Edição Elisa Meirelles
Curto e direto: entendendo o jornal
A discussão foi o gancho para começar a segunda etapa do projeto. "Assim como Monteiro Lobato fez uma releitura da história original, nós também faremos algo parecido, só que vamos usar outro gênero textual: a notícia", explicou o educador. Em seguida, pediu que as crianças sentassem em roda e distribuiu vários jornais, propondo que identificassem as partes que os compõem: cadernos, notícias, charges etc.
Feita a primeira análise, Carlos convidou a sala a observar as manchetes e destacou fatores que as caracterizam, como o uso de títulos nominais, a composição curta e a busca pela atenção do leitor. A turma criou manchetes com base em notícias lidas. Em seguida, o educador passou à discussão sobre a escrita, mostrando as duas características principais da notícia: o lead e a pirâmide invertida. Partindo de exemplos reais, explicou que o primeiro parágrafo da narrativa jornalística busca responder "quem", "o que", "quando", "onde", "como" e "por quê", e que o texto parte dos fatos mais importantes para chegar aos de menor relevância.
Moral da história: leia o lead
Conhecidos os dois gêneros, os alunos seguiram para o grande desafio: transformar uma fábula em notícia. Para começar, o professor propôs a escrita coletiva de um primeiro texto. Ele foi ao quadro e produziu uma notícia com a participação de todos, baseando-se na famosa história da cigarra e da formiga. Carlos desenhou uma pirâmide e pediu a contribuição dos alunos para encadear os fatos do mais para o menos importante. "O que aconteceu? Onde aconteceu?". "Era preciso imaginar o contexto de um crime, dando dramaticidade ao fato e contando-o como se fosse real", explica o docente. "Ver o professor em ação, pensando, criando, decidindo quais informações vale a pena incluir no texto é uma referência importante para a turma", diz Cláudio Bazzoni, assessor da rede municipal de São Paulo.
As crianças, então, foram colocadas em duplas para dar início às próprias produções. A sala elegeu como tema a fábula A Cigarra e a Formiga Má. Carlos propôs que escrevessem uma primeira versão da notícia, inspirados nas discussões que tiveram nas etapas anteriores. Em seguida, o educador distribuiu um roteiro de revisão (veja as questões abaixo). A proposta era que os alunos fizessem essa primeira análise sozinhos, atentando para pontos que tinham deixado passar e conferindo se haviam dado conta das especificidades pedidas. Para o educador, essa revisão foi o ponto-chave do projeto e deu condições para que as crianças refletissem sobre o processo de escrita.
Terminadas as discussões, as duplas escreveram novas versões para o texto. "Nessa fase de produção e revisão, procurei atender todos em suas carteiras para sanar as dúvidas e auxiliá- los", diz Carlos. "Eu tinha um aluno que escrevia quatro ou cinco linhas e parava - não conseguia desenvolver o texto além disso. Ao final, com a ajuda do colega de dupla, ele pôde elaborar todas as partes e apresentou uma notícia bem estruturada."
Escritos os textos, o educador propôs que preparassem manchetes e ilustrações. O resultado foi uma coletânea de minijornais. Além de esclarecer o propósito comunicativo da notícia, a situação pode ser aproveitada como meio para os alunos escreverem para suportes reais, a exemplo do jornal da escola ou do bairro.
"Eles passaram a valorizar o planejamento e a revisão do que produzem", avalia Carlos, que acertou ao incluir textos curtos e de fácil compreensão em sua proposta de abordagem de dois gêneros. "As crianças puderam não só identificar suas características como fazer inferências e relacioná-las com outras produções", afirma Manuela.
A discussão foi o gancho para começar a segunda etapa do projeto. "Assim como Monteiro Lobato fez uma releitura da história original, nós também faremos algo parecido, só que vamos usar outro gênero textual: a notícia", explicou o educador. Em seguida, pediu que as crianças sentassem em roda e distribuiu vários jornais, propondo que identificassem as partes que os compõem: cadernos, notícias, charges etc.
Feita a primeira análise, Carlos convidou a sala a observar as manchetes e destacou fatores que as caracterizam, como o uso de títulos nominais, a composição curta e a busca pela atenção do leitor. A turma criou manchetes com base em notícias lidas. Em seguida, o educador passou à discussão sobre a escrita, mostrando as duas características principais da notícia: o lead e a pirâmide invertida. Partindo de exemplos reais, explicou que o primeiro parágrafo da narrativa jornalística busca responder "quem", "o que", "quando", "onde", "como" e "por quê", e que o texto parte dos fatos mais importantes para chegar aos de menor relevância.
Moral da história: leia o lead
Conhecidos os dois gêneros, os alunos seguiram para o grande desafio: transformar uma fábula em notícia. Para começar, o professor propôs a escrita coletiva de um primeiro texto. Ele foi ao quadro e produziu uma notícia com a participação de todos, baseando-se na famosa história da cigarra e da formiga. Carlos desenhou uma pirâmide e pediu a contribuição dos alunos para encadear os fatos do mais para o menos importante. "O que aconteceu? Onde aconteceu?". "Era preciso imaginar o contexto de um crime, dando dramaticidade ao fato e contando-o como se fosse real", explica o docente. "Ver o professor em ação, pensando, criando, decidindo quais informações vale a pena incluir no texto é uma referência importante para a turma", diz Cláudio Bazzoni, assessor da rede municipal de São Paulo.
As crianças, então, foram colocadas em duplas para dar início às próprias produções. A sala elegeu como tema a fábula A Cigarra e a Formiga Má. Carlos propôs que escrevessem uma primeira versão da notícia, inspirados nas discussões que tiveram nas etapas anteriores. Em seguida, o educador distribuiu um roteiro de revisão (veja as questões abaixo). A proposta era que os alunos fizessem essa primeira análise sozinhos, atentando para pontos que tinham deixado passar e conferindo se haviam dado conta das especificidades pedidas. Para o educador, essa revisão foi o ponto-chave do projeto e deu condições para que as crianças refletissem sobre o processo de escrita.
Terminadas as discussões, as duplas escreveram novas versões para o texto. "Nessa fase de produção e revisão, procurei atender todos em suas carteiras para sanar as dúvidas e auxiliá- los", diz Carlos. "Eu tinha um aluno que escrevia quatro ou cinco linhas e parava - não conseguia desenvolver o texto além disso. Ao final, com a ajuda do colega de dupla, ele pôde elaborar todas as partes e apresentou uma notícia bem estruturada."
Escritos os textos, o educador propôs que preparassem manchetes e ilustrações. O resultado foi uma coletânea de minijornais. Além de esclarecer o propósito comunicativo da notícia, a situação pode ser aproveitada como meio para os alunos escreverem para suportes reais, a exemplo do jornal da escola ou do bairro.
"Eles passaram a valorizar o planejamento e a revisão do que produzem", avalia Carlos, que acertou ao incluir textos curtos e de fácil compreensão em sua proposta de abordagem de dois gêneros. "As crianças puderam não só identificar suas características como fazer inferências e relacioná-las com outras produções", afirma Manuela.
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- A manchete é criativa? Instiga o leitor a ler?
- O lead responde às seis perguntas básicas de uma notícia?
- As informações mais importantes estão na parte de cima da notícia, seguindo o esquema da pirâmide invertida?
- A fábula foi recriada de modo adequado?
- Todos os fatos estão narrados de maneira clara e objetiva?
- A linguagem da notícia é impessoal?
- Há algum erro de ortografia, concordância ou outro elemento que fuja à norma-padrão da língua?
- Peça que o colega leia e avalie seu texto.
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